Esteatose Hepática: O Que Você Precisa Saber Sobre a Gordura no Fígado
Você já ouviu falar em “gordura no fígado”? Essa condição, chamada hoje de MASLD (do inglês Metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease), é muito mais comum do que se imagina — e merece atenção. Ela pode evoluir silenciosamente e causar complicações graves, como cirrose e câncer hepático, se não for tratada a tempo.
O que é MASLD?
MASLD é o nome atual da antiga “esteatose hepática não alcoólica” (ou NAFLD). A mudança veio para refletir melhor a causa da doença: ela está relacionada a alterações metabólicas, como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e colesterol alto — e não apenas ao consumo de álcool, como se pensava antes.
Essa condição é marcada pelo acúmulo de gordura no fígado, detectado geralmente por exames de imagem (como ultrassonografia ou ressonância). Quando há também inflamação ou sinais de lesão hepática, ela passa a ser chamada de MASH — uma forma mais agressiva e preocupante da doença.
Como saber se você tem MASLD?
A maioria dos casos é descoberta por acaso, em exames de rotina. Mas há fatores que aumentam bastante o risco:
- Sobrepeso ou obesidade
- Diabetes tipo 2 ou pré-diabetes
- Pressão alta
- Colesterol ou triglicerídeos elevados
- Circunferência abdominal aumentada
Se você tem um desses fatores e os exames mostram gordura no fígado, pode estar diante de um quadro de MASLD.
A doença tem cura?
Embora ainda não exista um medicamento único que cure a esteatose, o tratamento é possível e, muitas vezes, eficaz — especialmente quando começa cedo. E o foco principal está no estilo de vida.
Como tratar?
1. Alimentação e hábitos saudáveis
- Perder entre 7% e 10% do peso corporal já reduz gordura, inflamação e até sinais de fibrose.
- Adotar uma alimentação mais natural, rica em vegetais, grãos integrais e peixes (como a dieta mediterrânea).
- Praticar exercícios físicos regularmente: pelo menos 150 minutos por semana de atividades aeróbicas + fortalecimento muscular.
2. Medicamentos
Alguns medicamentos podem ser indicados em casos mais avançados ou para pacientes com diabetes e obesidade. Entre eles:
- Agonistas de GLP-1 (como semaglutida e liraglutida)
- Tirzepatida
- Pioglitazona (em casos bem selecionados)
- Vitamina E, em não diabéticos
- Resmetirom: aprovado recentemente para tratar MASH com fibrose, com resultados promissores.
3. Cirurgia bariátrica
Em casos de obesidade grave, a cirurgia pode ser indicada. Ela reduz não apenas o peso, mas também a gordura e a inflamação no fígado.
Quais os riscos se não tratar?
Se ignorada, a esteatose hepática pode evoluir para:
- Fibrose avançada (cicatrizes no fígado)
- Cirrose
- Câncer hepático
- Insuficiência hepática
Além disso, pacientes com MASLD têm risco aumentado de infarto e AVC — a doença cardiovascular é a principal causa de morte nesses casos.
O que mudou com a nova nomenclatura?
A mudança do nome NAFLD para MASLD não é apenas uma questão de palavras. Ela reforça a importância de olhar para os fatores metabólicos, e não apenas excluir o álcool. Isso permite diagnósticos mais claros e abordagens de cuidado mais eficazes e individualizadas.



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Responsável técnico Dr. Gustavo Amarante Rodrigues | CRM-SP 170739 | RQE 87982.