Viagem ao frio extremo: como evitar o congelamento (frostbite)
Paisagens congeladas, trilhas na neve, auroras boreais… viagens para destinos gelados podem ser incríveis — mas trazem riscos sérios para a saúde. Um dos principais perigos em regiões de frio intenso é o congelamento da pele e dos tecidos (conhecido como frostbite), uma condição que pode evoluir para necrose e amputações se não for tratada corretamente.
Neste post, explicamos como o congelamento acontece, como se prevenir e o que fazer caso ocorra.
O que é o congelamento?
É uma lesão causada por exposição prolongada a temperaturas muito baixas, especialmente com vento forte e umidade. O frio extremo gera cristais de gelo dentro das células, diminui o fluxo sanguíneo e, com isso, pode levar à morte do tecido (necrose).
Existem três níveis principais de gravidade:
- Frostnip (congelamento inicial): leve e reversível, com dormência e vermelhidão.
- Congelamento superficial: bolhas claras e dor intensa após o reaquecimento.
- Congelamento profundo: bolhas com sangue, necrose e risco de gangrena.
Quem está mais vulnerável?
Você está mais exposto ao risco de congelamento se:
- Viajar para locais com temperaturas abaixo de -4°C, principalmente com vento forte;
- Usar roupas inadequadas ou molhadas;
- Fumar, beber álcool ou tiver problemas circulatórios;
- Estiver em jejum, desidratado ou em esforço intenso sem proteção adequada.
Como identificar o congelamento?
- Pele muito fria, pálida ou azulada, endurecida e insensível;
- Bolhas (claras ou sanguinolentas) após reaquecimento;
- Dor intensa na fase de descongelamento;
- Em casos graves, ausência de pulso capilar, necrose e sinais de infecção.
Como prevenir?
- Use roupas apropriadas: em camadas, impermeáveis e com isolamento térmico. Luvas, meias grossas e proteção para o rosto são indispensáveis.
- Evite álcool e cigarro, que prejudicam a circulação.
- Faça pausas regulares para se aquecer em ambientes protegidos.
- Hidrate-se e alimente-se bem para manter o metabolismo funcionando adequadamente.
- Mantenha-se em movimento: ficar parado por muito tempo piora a circulação nas extremidades.
O que fazer em caso de congelamento?
1. No local da exposição:
- Remova roupas molhadas e evite esfregar a pele afetada;
- Não tente reaquecimento se ainda houver risco de recongelamento;
- Aqueça a área com o próprio corpo ou em abrigo protegido.
2. Reaquecimento seguro:
- Imersão em água morna (37–39°C) por até 30 minutos;
- Use analgésicos, pois o processo pode ser doloroso;
- Evite calor direto como fogueiras ou aquecedores elétricos.
3. Tratamento hospitalar:
- Hidratação intravenosa e medicação para melhorar a circulação;
- Profilaxia para tétano;
- Em alguns casos, pode ser indicado o uso de oxigenoterapia hiperbárica (HBO) para salvar o tecido.
4. Cirurgias e complicações:
- Amputações só devem ser consideradas após semanas de observação;
- Complicações comuns incluem infecções, necrose, neuropatias crônicas e dor persistente.


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Responsável técnico Dr. Gustavo Amarante Rodrigues | CRM-SP 170739 | RQE 87982.