Hipertensão Arterial: o que você precisa saber sobre a “pressão alta”
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), conhecida popularmente como “pressão alta”, é uma condição silenciosa, mas potencialmente grave. Quando não está controlada, aumenta muito o risco de infarto, AVC, insuficiência cardíaca, doença renal e até morte precoce.
A boa notícia é que, com acompanhamento adequado e mudanças no estilo de vida, é possível reduzir a pressão arterial e prevenir complicações.
Como é feito o diagnóstico?
- Pré-hipertensão: valores a partir de 12 por 8 (120/80 mmHg) já indicam alerta para o estilo de vida, mesmo sem diagnóstico de doença.
- Hipertensão arterial: confirmada quando a pressão medida no consultório é igual ou maior que 14 por 9 (140/90 mmHg) em mais de uma ocasião.
- Também pode ser diagnosticada com outros métodos:
- MAPA: monitorização ambulatorial da pressão arterial.
- MRPA: monitorização residencial da pressão arterial.
Meta de tratamento: manter a pressão abaixo de 13 por 8 (130/80 mmHg) para praticamente todos os pacientes.
Como controlar a pressão arterial?
1. Alimentação saudável – Dieta DASH
- Rica em vegetais, frutas, grãos integrais, leguminosas, peixes e laticínios com baixo teor de gordura.
- Redução do consumo de sal: menos de 5 g por dia (aprox. 1 colher de chá rasa).
- Evitar carne vermelha, doces, refrigerantes e excesso de alimentos ultraprocessados.
A dieta pode reduzir até 6,7 mmHg na pressão sistólica e 3,5 mmHg na diastólica.
2. Controle do peso corporal
- O excesso de peso é um dos principais fatores de risco.
- Cada quilo perdido pode reduzir cerca de 1 mmHg da pressão.
- Reduzir a gordura abdominal é ainda mais importante do que o peso isolado.
Metas:
- IMC menor que 25 até 65 anos (ou <27 após os 65).
- Circunferência abdominal <80 cm (mulheres) e <94 cm (homens).
3. Atividade física regular
- Pelo menos 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos moderados (ex.: caminhada rápida, bicicleta, natação).
- Combinar com exercícios de resistência (musculação, pilates).
- Evitar longos períodos sentado: levante-se a cada 30 a 60 minutos.
A prática regular pode reduzir a pressão em até 8 mmHg e diminuir em 50% o risco de mortalidade cardiovascular.
4. Redução do estresse e sono de qualidade
- Técnicas como respiração lenta, mindfulness, yoga e meditação ajudam no controle da pressão.
- Dormir de 7 a 9 horas por noite é essencial.
- Estresse crônico e noites mal dormidas dificultam o tratamento.
5. Álcool e tabaco
- Álcool: quanto menos, melhor. Se for consumir, limite máximo de 1 dose/dia (mulheres) ou 2 doses/dia (homens).
- Tabaco: aumenta a rigidez das artérias e reduz a eficácia dos medicamentos. Parar de fumar é fundamental.
6. Hidratação e cafeína
- Prefira água, evite refrigerantes e bebidas açucaradas.
- A cafeína em excesso pode aumentar temporariamente a pressão; modere o consumo se for sensível.
7. Monitoramento da pressão em casa
- Use aparelhos automáticos de braço, validados.
- Meça 2 vezes pela manhã e 2 à noite por 7 dias, descartando o primeiro dia e fazendo a média.
- Isso ajuda a identificar situações como o “efeito do avental branco” ou hipertensão mascarada.
8. Acompanhamento médico contínuo
- Em muitos casos, apenas mudanças no estilo de vida já controlam a pressão.
- Quando necessário, medicamentos devem ser usados de forma contínua, nunca interrompidos por conta própria.
- O tratamento é individualizado e considera idade, risco cardiovascular e presença de lesões em órgãos-alvo.
Por que tudo isso importa?
Cada redução de 10 mmHg na pressão sistólica está associada a:
- 20% menos risco de eventos cardiovasculares;
- 17% menos risco de infarto;
- 27% menos risco de AVC;
- 29% menos risco de insuficiência cardíaca;
- 13% menos risco de mortalidade por todas as causas.
A mudança de estilo de vida não é um detalhe: é a base do tratamento da hipertensão. Ela potencializa os remédios, reduz complicações e melhora a qualidade de vida.



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Responsável técnico Dr. Gustavo Amarante Rodrigues | CRM-SP 170739 | RQE 87982.