Hipertensão Arterial: o que você precisa saber sobre a “pressão alta”

22 de setembro de 2025
Hipertensão Arterial: o que você precisa saber sobre a “pressão alta”

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), conhecida popularmente como “pressão alta”, é uma condição silenciosa, mas potencialmente grave. Quando não está controlada, aumenta muito o risco de infarto, AVC, insuficiência cardíaca, doença renal e até morte precoce.


A boa notícia é que, com acompanhamento adequado e mudanças no estilo de vida, é possível reduzir a pressão arterial e prevenir complicações.


Como é feito o diagnóstico?

  • Pré-hipertensão: valores a partir de 12 por 8 (120/80 mmHg) já indicam alerta para o estilo de vida, mesmo sem diagnóstico de doença.
  • Hipertensão arterial: confirmada quando a pressão medida no consultório é igual ou maior que 14 por 9 (140/90 mmHg) em mais de uma ocasião.
  • Também pode ser diagnosticada com outros métodos:
  • MAPA: monitorização ambulatorial da pressão arterial.
  • MRPA: monitorização residencial da pressão arterial.

Meta de tratamento: manter a pressão abaixo de 13 por 8 (130/80 mmHg) para praticamente todos os pacientes.


Como controlar a pressão arterial?


1. Alimentação saudável – Dieta DASH

  • Rica em vegetais, frutas, grãos integrais, leguminosas, peixes e laticínios com baixo teor de gordura.
  • Redução do consumo de sal: menos de 5 g por dia (aprox. 1 colher de chá rasa).
  • Evitar carne vermelha, doces, refrigerantes e excesso de alimentos ultraprocessados.

A dieta pode reduzir até 6,7 mmHg na pressão sistólica e 3,5 mmHg na diastólica.

2. Controle do peso corporal

  • O excesso de peso é um dos principais fatores de risco.
  • Cada quilo perdido pode reduzir cerca de 1 mmHg da pressão.
  • Reduzir a gordura abdominal é ainda mais importante do que o peso isolado.

Metas:

  • IMC menor que 25 até 65 anos (ou <27 após os 65).
  • Circunferência abdominal <80 cm (mulheres) e <94 cm (homens).

3. Atividade física regular

  • Pelo menos 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos moderados (ex.: caminhada rápida, bicicleta, natação).
  • Combinar com exercícios de resistência (musculação, pilates).
  • Evitar longos períodos sentado: levante-se a cada 30 a 60 minutos.

A prática regular pode reduzir a pressão em até 8 mmHg e diminuir em 50% o risco de mortalidade cardiovascular.

4. Redução do estresse e sono de qualidade

  • Técnicas como respiração lenta, mindfulness, yoga e meditação ajudam no controle da pressão.
  • Dormir de 7 a 9 horas por noite é essencial.
  • Estresse crônico e noites mal dormidas dificultam o tratamento.

5. Álcool e tabaco

  • Álcool: quanto menos, melhor. Se for consumir, limite máximo de 1 dose/dia (mulheres) ou 2 doses/dia (homens).
  • Tabaco: aumenta a rigidez das artérias e reduz a eficácia dos medicamentos. Parar de fumar é fundamental.

6. Hidratação e cafeína

  • Prefira água, evite refrigerantes e bebidas açucaradas.
  • A cafeína em excesso pode aumentar temporariamente a pressão; modere o consumo se for sensível.

7. Monitoramento da pressão em casa

  • Use aparelhos automáticos de braço, validados.
  • Meça 2 vezes pela manhã e 2 à noite por 7 dias, descartando o primeiro dia e fazendo a média.
  • Isso ajuda a identificar situações como o “efeito do avental branco” ou hipertensão mascarada.

8. Acompanhamento médico contínuo

  • Em muitos casos, apenas mudanças no estilo de vida já controlam a pressão.
  • Quando necessário, medicamentos devem ser usados de forma contínua, nunca interrompidos por conta própria.
  • O tratamento é individualizado e considera idade, risco cardiovascular e presença de lesões em órgãos-alvo.

Por que tudo isso importa?

Cada redução de 10 mmHg na pressão sistólica está associada a:

  • 20% menos risco de eventos cardiovasculares;
  • 17% menos risco de infarto;
  • 27% menos risco de AVC;
  • 29% menos risco de insuficiência cardíaca;
  • 13% menos risco de mortalidade por todas as causas.

A mudança de estilo de vida não é um detalhe: é a base do tratamento da hipertensão. Ela potencializa os remédios, reduz complicações e melhora a qualidade de vida.

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Tombose venosa e Embol
Por Gustavo Amarante 29 de agosto de 2025
Longos voos, horas de estrada ou até viagens de trem e ônibus podem parecer apenas cansativos, mas escondem um risco sério: a formação de coágulos nas pernas que podem chegar até os pulmões. Essa complicação, conhecida como trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP), pode ser silenciosa - e até fatal. Neste artigo, você vai entender o que são essas condições, como reconhecê-las e, principalmente, como preveni-las. O que são TVP e TEP? Trombose Venosa Profunda ( TVP ): formação de um coágulo sanguíneo nas veias profundas das pernas ou coxas. Tromboembolismo Pulmonar ( TEP ): quando o coágulo se desprende e vai até os pulmões, bloqueando o fluxo de sangue. Ambas podem ser assintomáticas, mas também causar insuficiência respiratória, necrose tecidual e até morte. Quem tem mais risco durante viagens? Alguns fatores aumentam a probabilidade de TVP e TEP: Viagens longas (mais de 4 horas) sem movimentação; Idade ≥60 anos; Histórico prévio de trombose ou embolia; Obesidade; Uso de anticoncepcionais hormonais ou reposição hormonal; Gravidez ou pós-parto recente; Cirurgias recentes, especialmente ortopédicas; Câncer e quimioterapia; Tabagismo; Doenças inflamatórias crônicas; Varizes importantes. Mesmo quem não tem fatores de risco pode desenvolver trombose se ficar imóvel por tempo prolongado. Sintomas: quando ficar em alerta TVP : Inchaço em uma perna (panturrilha ou coxa); Dor ou sensibilidade local; Pele avermelhada e quente; Veias mais visíveis. TEP ( emergência médica ): Falta de ar súbita; Dor no peito ao respirar; Tontura ou desmaio; Tosse com sangue; Pulso acelerado. Como é feito o diagnóstico? TVP : Ultrassonografia com Doppler; TEP : Angio-tomografia arterial de tórax; Cintilografia pulmonar (em alguns casos); Ecocardiograma, eletrocardiograma, exames de sangue (BNP, troponina) - para avaliar gravidade. Como prevenir a TVP durante viagens Caminhar ou alongar-se a cada 1–2 horas; Beber água e evitar álcool e cafeína; Usar roupas leves e confortáveis; Movimentar pés e tornozelos regularmente; Usar meias de compressão se houver risco elevado; Levantar-se sempre que possível. Quem deve usar medicação preventiva? Em situações de alto risco, o médico pode prescrever anticoagulantes profiláticos, como: Heparina de baixo peso molecular (HBPM), como enoxaparina ; Anticoagulantes orais diretos (DOACs), como rivaroxabana ou apixabana . A medicação preventiva não é indicada para todos e deve ser prescrita caso a caso. Tratamento da TVP e do TEP TVP : Anticoagulantes por 3–6 meses; Meias de compressão para evitar complicações crônicas. TEP : Internação hospitalar em casos moderados graves; Anticoagulação por 3–12 meses; Trombólise em situações de risco de vida; Filtro de veia cava quando anticoagulantes não podem ser usados. RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS PARA VOOS LONGOS Viagens curtas (<4h) : risco baixo, apenas medidas gerais. Viagens longas (>4h) : movimentação periódica, hidratação adequada, meias de compressão e, em alto risco, considerar medicação preventiva ( agendar uma consulta pré-viagem )
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Paisagens congeladas, trilhas na neve, auroras boreais… viagens para destinos gelados podem ser incríveis — mas trazem riscos sérios para a saúde. Um dos principais perigos em regiões de frio intenso é o congelamento da pele e dos tecidos (conhecido como frostbite), uma condição que pode evoluir para necrose e amputações se não for tratada corretamente. Neste post, explicamos como o congelamento acontece, como se prevenir e o que fazer caso ocorra. O que é o congelamento? É uma lesão causada por exposição prolongada a temperaturas muito baixas, especialmente com vento forte e umidade. O frio extremo gera cristais de gelo dentro das células, diminui o fluxo sanguíneo e, com isso, pode levar à morte do tecido (necrose). Existem três níveis principais de gravidade: Frostnip (congelamento inicial): leve e reversível, com dormência e vermelhidão. Congelamento superficial: bolhas claras e dor intensa após o reaquecimento. Congelamento profundo: bolhas com sangue, necrose e risco de gangrena. Quem está mais vulnerável? Você está mais exposto ao risco de congelamento se: Viajar para locais com temperaturas abaixo de -4°C, principalmente com vento forte; Usar roupas inadequadas ou molhadas; Fumar, beber álcool ou tiver problemas circulatórios; Estiver em jejum, desidratado ou em esforço intenso sem proteção adequada. Como identificar o congelamento? Pele muito fria, pálida ou azulada, endurecida e insensível; Bolhas (claras ou sanguinolentas) após reaquecimento; Dor intensa na fase de descongelamento; Em casos graves, ausência de pulso capilar, necrose e sinais de infecção. Como prevenir? Use roupas apropriadas: em camadas, impermeáveis e com isolamento térmico. Luvas, meias grossas e proteção para o rosto são indispensáveis. Evite álcool e cigarro, que prejudicam a circulação. Faça pausas regulares para se aquecer em ambientes protegidos. Hidrate-se e alimente-se bem para manter o metabolismo funcionando adequadamente. Mantenha-se em movimento: ficar parado por muito tempo piora a circulação nas extremidades. O que fazer em caso de congelamento? 1. No local da exposição: Remova roupas molhadas e evite esfregar a pele afetada; Não tente reaquecimento se ainda houver risco de recongelamento; Aqueça a área com o próprio corpo ou em abrigo protegido. 2. Reaquecimento seguro: Imersão em água morna (37–39°C) por até 30 minutos; Use analgésicos, pois o processo pode ser doloroso; Evite calor direto como fogueiras ou aquecedores elétricos. 3. Tratamento hospitalar: Hidratação intravenosa e medicação para melhorar a circulação; Profilaxia para tétano; Em alguns casos, pode ser indicado o uso de oxigenoterapia hiperbárica (HBO) para salvar o tecido. 4. Cirurgias e complicações: Amputações só devem ser consideradas após semanas de observação; Complicações comuns incluem infecções, necrose, neuropatias crônicas e dor persistente.
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